por Bruno Custódio, em 04.12.12
O mau gosto está na moda. E qual é a nova moda?
Coisa feia? Eu sei, mas parece que as tatuagens brancas estão agora na moda. Suponho que todos concordem comigo quando digo que estas tatuagens parecem cicatrizes. Hoje em dia já nada me espanta e tenho a certeza que situações destas não faltarão por ai causadas por estas tatuagens:
"Epá oh Luís, tu nem imaginas. Estava a surfar na praia e fui atacado por um tubarão enorme. Ele era malino mas eu dei luta e consegui sobreviver. Agora tenho esta cicatriz enorme para o resto da vida. Mas o que interessa é que estou vivo."
Depois de relatos destes não faltaram pessoas a correr até à praia em busca do tubarão artista que faz cicatrizes em forma de diamantes nas costas das pessoas. E quem diz ataques de tubarões fala também em cicatrizes de guerra.
"Fui ao Afeganistão e sobrevivi a um ataque de talibãs". Não sei que tipo de balas usam os talibãs nas armas, mas deixam umas bonitas cicatrizes de "amor de mãe".
Não me vou embora sem dar este exemplo:
"Epá, António, não vais acreditar no que me aconteceu. Acabei de ser assaltado ali à porta do Mini-Preço. Levaram-me o dinheiro todo. Eu ainda tentei resistir, mas ele esfaqueou-me e tenho o corpo todo marcado".
Claro que o António, com todo o aparato dos relato do amigo, nem se vai lembrar que um homem que acaba de ser esfaqueado devia estar a rastejar pelo chão enquanto perde todo o sangue possível e também não vai estranhar que o ladrão tenha conseguido fazer uma estrela perfeita na barriga que alguém que lhe está a dar uma imensa luta. E porquê? Porque é português e o português liga mais à desgraça. O amigo, claro, tem a carteira vazia, mas isso é porque gastou todo o dinheiro na tatuagem.