por Bruno Custódio, em 04.01.14
Neste Natal, à semelhança do que fiz em todos os outros, escrevi uma carta ao Pai Natal e neste Natal, também à semelhança do que aconteceu em todos os outros, não obtive resposta. Furioso, peguei num pombo correio e enviei uma carta de reclamação ao Pai Natal. O pombo voltou com uma carta de resposta:
Querido Bruno
Foi com enorme surpresa que recebi o teu pombo e a tua carta. Peço desculpa por não te ter dado a gaivota que me pediste este ano e todas as outras prendas que me pediste em anos anteriores, mas é verdade é que não recebi nenhuma das tuas cartas. Nem as tuas nem as cartas das milhões de crianças que me dizem enviar. Fui investigar e percebi que os CTT não me reencaminham as cartas que recebem para mim. Em vez disso respondem em meu nome e nem realizam os sonhos da maioria dessas crianças. Tenho um contentor cheio de Action Mans e Barbies que as crianças me pedem e eu não as posso enviar porque não recebo os pedidos. E a quantidade de paz e sorrisos que me pedem? Tenho armários cheios disso no andar de cima. Já tive de mandar construir um armazém para poder guardar a quantidade de coisas que aqui se vão acumulando porque não tenho como as despejar. Em vez de paz e felicidade as pessoas recebem peugas e depois não há sorrisos.
Foste corajoso e conseguiste arranjar uma maneira de me contactar. Para te recompensar irei escrever para ti no teu blog durante todo o ano de 2014. Um grande abraço e até ao meu primeiro post. E aceita este Kinder Bueno como gesto de gratidão. Não ligues à validade, mas já paira aqui desde o século passado.
Atenciosamente,
Pai Natal.